segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Gerando em Casa

Bem, como prometido, e depois de muita pesquisa, seguimos com os procedimentos para que você instale um sistema de geração em sua casa.

Acredite, não será fácil. Pelo menos por enquanto. As distribuidoras do Brasil em sua maioria não possuem normatização interna para instalação de sistemas de geração distribuida e muito menos sistema de tarifação reversa.

Novidade o Brasil estar atrasado?! Não. Mas temos ferramentas legais para nos apoiar em instalações de até 5.000kW.

Começaremos pela Resolução n° 112 da ANEEL de 18 de maio de 1999. A partir da mesma teremos as bases para preenchimento de uma Ficha Técnica para Registro da instalação. Estas bases podem ser simplificadas:

  1. Requisitos Técnicos - Memorial descritivo, finalidade da geração, fluxograma do processo, diagrama unifilar geral, balanço térmico e fluxograma de refrigeração da planta quando aplicável, ficha técnica devidamente preenchida, cronograma de implantação;
  2. Requisitos Legais - Dados do Empreendedor(Pessoa Física ou Jurídica), localidade, propriedade do local, certificados de regularidade com as instituições governamentais;
Estes documentos devem estar devidamente assinados pelo Engenheiro responsável, com a devida ART do empreendimento registrada em órgão competente. Após aprovação da ANEEL, o processo passa para a outra ponta do negócio - A Distribuidora.

Art. 14. A Autorizada deverá submeter-se aos Procedimentos de Rede e/ou aos Procedimentos de Distribuição, nos requisitos de planejamento, implantação, conexão, operação e responsabilidades relacionadas ao sistema de transmissão e distribuição.

Tendo o registro aprovado é preciso verificar com a distribuidora local. Cada distribuidora possui, ou não, os procedimentos internos para conexão e tarifação de sistemas de geração distribuída.

Mais adiante posto algo sobre as atuais leis de incentivo.

Link para Res. 112 da ANEEL
http://www.aneel.gov.br/cedoc/res1999112.pdf

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Para que lado os ventos sopram?

Existe muito investimento em desenvolvimento nas tecnologias de geração eólica atualmente. Por todo o globo, empresas dedicam seus recursos em diversas áreas de melhoria das tecnologias vigentes gerando novos produtos e designs.

A pergunta fica no ar por que muitas instituições apontam pelo crescimento do parque eólico de forma distribuída na rede, o que tem diversas implicações econômicas e técnicas.

Outras destas instituições apontam que a viabilidade dos parques eólicos está associada à concentração da geração eólica em sistemas de maior porte e maior rendimento.

A decisão sobre qual lado a tecnologia segue é importante para você. Porquê? Bem, por que daqui a alguns anos você vai estar vendendo energia para a rede de distribuição ao invés de consumir.

Mas como isso? Onde compro meu gerador eólico ou painel fotovoltáico? Como eu vendo isso para a minha distribuidora? Bem, estas perguntas vamos responder nos próximos posts.

O objetivo deste é apontar os dois grandes troncos de desenvolvimento de aerogeradores.
Traduzindo a pergunta título: Grande aerogerador ou pequeno?

4 desenvolvimentos recentes representam esta "disputa". Não se caracteriza por uma disputa propriamente dita pois os mercados envolvidos são diferentes, mas vamos a elas:


Pensando Grande

A
Joby Energy está tabalhando num novo design de aerogeradores alçados por cabos. Algo parecido com o já apresentado desenho da Sky WindPower (http://energiaonde.blogspot.com/2008/12/sim-no-ar-e-mais-alto.html).

Há a tendência de que os aerogeradores se tornem simplesmente maiores para aumentar sua eficiência. Empresas já consagradas na fabricação de aerogeradores convencionais de 3 pás estão entregando modelos de 3MW à 4,5MW.

A Alston entregou em junho deste ano seu novo modelo ECO 110 com 3MW e 110 metros de altura para médias e baixas velocidades, visível à direita.

Outras empresas do ramo, a Gamesa em parceria com a Siemens Energy, possuem seu modelo de grande porte G128-4.5 MW que cobre um área de 12,868 m², com pás de 32 metros de comprimento.

Neste nicho de mercado ainda temos o grande da ENERCON com 7MW instalado em Endem, Alemanha.

Mas a Inglaterra se adianta e encomenda com a
Clipper Windpower um modelo de 7,5MW remodelado para 10MW e com uma envergadura aproximada de 175m de pás.

Isso representa uma tendência de menos parques e mais aerogeradores de grande porte operando isoladamente.


Somos pequenos, mas muitos

Na contra mão as Smart Grids
lestão possibilitando a conexão de sistemas de pequeno porte de forma distribuída. Assim, pequenos investidores e parques eólicos de menor porte estão sendo projetados mundo afora.


Impulsionadas por novas tecnologias que aumentam a eficiência de pequenas unidades tornando viável a venda direta às distribuidoras como já é feito em alguns países com a energia solar. Geralmente estas inovações estão na área da mecânica de fluídos, mudando paradigmas de conversão de energia de fluidos.

Dois exemplos são a Flo Designs e a Solar Aero, duas organizações que desenvolvem tecnologia para pequenos aerogeradores visando aumentar a densidade de parques eólicos, eficiência na conversão da energia do fluxo passante e diminuir o impacto visual das torres e envergadura massiva das pás usuais.

A figura acima é exemplo dos avanços da Solar Aero no desenvolvimento de turbinas sem pás do tipo Fuller.

O vídeo a seguir é uma demonstração da Flo Designs.



E no próximo post eu conto em que pé anda a possibilidade do cidadão comum vender energia. Até.